16.4.11

Lembra-te de mim - capítulo 5

Depois de ambos terem tomado o pequeno-almoço e de terem tomado banho, cada um dirigiu-se para sua casa. John para ver se descobria mais algo sobre Matt e a sua súbita estupidez e Kathy para puder mudar de roupa e depois encontraria-se de novo com o seu namorado.
Quando chegou não se encontrava ninguém em casa. Foi até ao seu quarto, despiu-se e depois de uns bons 5 minutos e olhar para o seu armário acabou por escolher umas jeans e um top azul-bebé. Olhou-se de relance ao espelho e não consegui que a sua palidez passa-se de despercebida, passou a mão fria levemente pelo seu rosto, por momentos a sua visão ficou turva mas passou água fria pelo rosto e desta vez não se mirou no espelho.
Pegou nas chaves e quando abriu a porta para sair deparou-se com o pai a subir para o alpendre.
- Olá pai.- disse.- Onde foste?
- Fui à mercearia e encontrei a mãe do John. Presumo que também já saibas.- respondeu enquanto entrava para o interior da sua casa. Pousou os sacos na mesa da cozinha e começou a tirar cada um dos objectos que tinha nos sacos.
Kathy ajudou-o a colocar as coisas no certo sítio. Não disseram uma única palavra enquanto o faziam. Kathy conseguia notar que o pai estava triste...Não é que fosse uma grande novidade mas hoje a tristeza agrava-se mais.
- Pai?- perguntou sem esperar que ele dissesse algo.- Sonhei com a mãe...
Um copo de água que um segundo antes se encontrara na mão de Mr.Wilson estava naquele momento no chão, partido em vários pedaços grandes.
Kathy abraçou o pai que lutava para não chorar, mas esta murmurou-lhe que podia. Conduziu-o até ao sofá e já sentados ela esperou que ele se acalma-se e depois contou-lhe o sonho, fazendo várias pausas no meio para observar o estado do pai.
Não queria magoar o seu pai, mas talvez assim ele pudesse libertar um pouco da sua tristeza e talvez culpa, que não era dele. Mas Kathy sempre achara que o pai se culpava pela morte da mãe.
- És realmente parecida com a tua mãe.- disse quando Kathy acabara e esta ficou surpreendida com o que o pai dissera, nem estava à espera que este pronunciasse algo sobre aquilo, nunca o tinha feito antes.- E não estou a falar somente no aspecto físico. É óbvio que herdas-te o cabelo loiro dela, os olhos dela e o sorriso dela mas tenho que admitir que o que mais herdaste foi a personalidade. És quase uma cópia dela. Houve uma altura, que eu tive um acidente...Fiquei de cama muito tempo e sempre que acordava via a tua mãe a escrever cartas...Para mim, tal como tu fizeste, às vezes ela lia-mas de noite e doutras deixava as cartas na cabeceira para eu as ler.
Kathy não disse nada, mas o seu pai conseguia ver pelo brilho dos olhos dela que ela queria que ele continuasse.
- Toda a gente na vila diz que tu e John são tal e qual como eu e a tua mãe fomos e não deixam de ter razão. Talvez a única diferença seja as idades, vocês apaixonaram-se muito novos mas não penses que não acredito no amor, mesmo que este seja na adolescência. Bem...No dia que a tua mãe chegou à vila, eu pensei de imediato que beleza tão grande era impossivél e não sei porquê mas ela veio falar comigo, no meio de tantos rapazes que queria a sua atenção ela decidiu vir falar com o rapaz que ficava de lado e lembro-me como se fosse hoje a nossa primeira conversa. Falamos de tudo. Tenho admitir que ela falou muito mais que eu, limitei-me a observar a beleza dela e a ouvir a sua voz maravilhosa. Dois meses depois, começamos a namorar e um ano depois casamo-nos. Todos se opuseram dizendo que erámos novos mas estavámos tão apaixonados que nem eu nem ela queria saber disso. Não percebo como adoeceu. A vida é injusta, ao menos não me tirou tudo. Tenho-te a ti e não podia pedir mais.- disse, enquanto afastava o cabelo dos olhos de Kathy.- Ela também te escreveu cartas, mas nunca soube se haveria de tas dar, nunca perguntaste muito por ela e acho que era por teres medo de me magoar e talvez antes eu também achava que me magoaria, mas se quiseres...
Kathy nunca ouvira o pai a falar tanto da sua mãe, sempre se fechara sobre isso e Kathy nunca o pressionara a falar-lhe dela, mas sabia bem ouvir o pai a falar dela. Era como se ele voltasse atrás no tempo e permitisse que ela fosse com ele.
Conseguia imaginar os seus pais juntos nos primeiros meses de namoro e isso trazia-lhe uma sensação tão calorosa. Desejava que a mãe estivesse ali, não só por ela mas também pelo pai.
- Claro que quero pai...- fez uma curta pausa.- Já sabes que te admiro, não sabes? Não sei como é perder a pessoa que mais se ama e sinceramente não quero saber como é, deve ser um pesadelo e mesmo assim tu conseguis-te cuidar de mim, educar-me. Tudo o que sou hoje é graças a ti.
Mr.Wilson sentiu os olhos a arderem de novo, mas desta vez não fez nenhum esforço para as conter.Levantou-se do sofá e seguiu em direcção do seu quarto, poucos minutos depois voltou trazendo nas suas mãos uma caixa que por sinal era antiga e já ninguém mexera nela à uns bons anos, devido à carga de pó que tinha.
Limpou-a e voltou a sentar-se no sofá.
- Aqui estão, toma bem conta delas, querida.- enquanto transferia a caixa para o colo de Kathy e abandonou a sala sorrindo e chorando.
Kathy não abriu a caixa logo, tinha receio mas ao mesmo tempo queria saber tudo o que a mãe nunca lhe dissera.

24 comentários:

  1. Obrigada pelo teu comentário! Ficou o desafio lançado de eu fazer uma com um final feliz! :P hehe Pois, mas tens razão, quem já me conhece minimamente já sabe como são os meus finais! :D Eu, pessoalmente, achei que era uma forma de não os separar, porque tive "discussões" com as minhas amigas acerca deste assunto e eu defendia que se a felicidade não dependia do grau de parentesco mas também compreendia que o grau de parentesco influenciava... e muito :) A parte da injecção lembrei-me de uma cena de um filme xD não sei se ela realmente existe e provoque lises celulares sucessivas! lool Mais uma vez obrigada e eu, mais uma vez e acho que me estou a tornar repetitiva, amo as tuas histórias! Tenho uma maior afinidade pela "Impacto" mas esta também está fenomenal! Divinal, mesmo! espero pela continuação! beijinho! :D

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  2. Obrigada princesa :D

    Acho que a cada capítulo e história que escreves ficas cada vez melhor. Está fantástico, parabéns querida :D

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  3. Não tens de agradecer querida porque é a verdade :D

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  4. adoro o blog e sigo *

    http://passadospresentesfuturos.blogspot.com/ - segues? :b
    obrigada.

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  5. Olá! Eu sempre pensei que o final fosse desiludir porque era... diferente :) Fico mais sossegada por saber isso! :D Uma amiga minha disse-me precisamente o mesmo que tu! xD Mas não há comparação possível entre mim e o Shakespeare! ahah xD Eu estou a gostar da tua história, como te disse mas crime... é crime! Tenho a certeza que te vais sair bem!

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  6. obrigada gostei do teu igualmente :)

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  7. oh (:
    de nada, e obrigada eu, querida :b

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  8. Por acaso, contrariamente às minhas previsões, foi um final bem aceite :) já me disseram que pus a chorar! xD Sim, podes mudar completamente, isso é verdade, mas acima de tudo não te desvies daquilo que queres transmitir aos teus (per)seguidores! :D Shakespeare nã... mas não me importava de ser a próxima Emily Brontë! ahah xD

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  9. :D Aparentemente foi mesmo :) Mas tens de ler, é fenomenal. The best ever! :D

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  10. muito obrigada minha querida, fico feliz por saber isso (:
    beijo fofo

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  11. Olá achei o teu blog muito fofinho e vou seguir. Segue o meu se gostares: conceicaoccs.blogspot.com
    Passa a palavra sobre o meu blog se não te importares claro.
    Beijos <3
    gose«tei muito da tua historia continua assim

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  12. oh que querida!!
    e espero que continues com essa adoração, pq eu fico muito feliz por saber isso (:

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  13. Olá! Acho que é uma óptima aquisição! _:D

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  14. Olá! Tenho um desafio no meu blog para ti! :D Clica em Desafios que está na lateral esquerda! É o último! beijinho!

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