11.3.12

Difícil de encontrar


Ainda sinto um certo receio mas mesmo assim começo por fechá-los lentamente e enquanto a minha mente vai buscar o mais gasto dos pensamentos, eu sinto os seus dedos quentes a entrelaçarem-se com os meus gelados, provocando um leve arrepio pelo meu corpo.
Já deitado ao meu lado, beijou-me a testa e eu retribui-lhe um leve sorriso mas não lhe disse nada, nem abri os olhos para mirar os seus profundos olhos azuis.
Voltei a concentrar-me no tal e no passado o meu coração começaria a bater com tal força que só me apetecia rasgar o meu peito, mas hoje não chegou ao ponto de mexer comigo.
Quando finalmente abri os olhos estava tudo distorcido por causa das lágrimas, fazendo um esforço para não as deixar derramar e mesmo assim consegui vê-lo, como se toda a sua figura estivesse a ser iluminada pela sua alma.
Ainda me segurava uma mão e com a outra limpava-me as lágrimas que eu tinha entretanto deixado escorrerem pelo meu rosto, mal ele sabia que não eram lágrimas de tristeza mas sim de felicidade, por ter a sorte de ter um amigo assim.
Tentei-lhe dizer o quanto gosto dele mas no momento em que abri a boca não consegui pronunciar nem a mais pequena palavra, então saí do quarto e quando voltei, entreguei-lhe esta carta.

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