8.5.11

Lembra-te de mim - capítulo 8



Chegou a casa quando já a lua tomara o seu lugar no imerso lençol azul escuro, um fraco vento tinha mandado o ar seco da tarde quente que lá estivera.
Estava sozinha.
Dirigiu-se ao quarto como se tivesse um fio invisivél a puxá-la suavemente até lá e quando abriu a porta percebeu.
Lá estava ela em cima da sua cama, ansiosa que Kathy a abri-se.
Sentou-se perto da misteriosa caixa e abriu-a, fechou os olhos e conseguiu distinguir um cheiro familiar o que lhe provocou uma vontade enorme de chorar, tapou imediatamente a mão com a boca na espectativa de conseguir controlar o turbilhão de emoções que se originavam em si.
Ficou assim muito tempo, quase que ia adormeceu mas no preciso momento que os seus olhos atingiram o extremo cansaço, ouviu a porta da entrada.
O pai tinha chegado e não tardaria a vir ao quarto dela e Kathy não queria a visse naquele estado lamentável, correu até à casa de banho e lavou a cara com água fria.
Enquanto secava a cara com a toalha, ouviu o bater na porta.
- Kathy?- perguntou, sem abrir a porta.
- Podes entrar pai.- respondeu.
Ele entrou e mirou as cartas que ainda se encontravam na caixa, sentou-se na cama e contemplou a caixa. Sentiu o mesmo perfume que Kathy e sorriu.
Entretanto Kathy já se encontrava à beira deste, tentando mostrar-se bem e sinceramente talvez estivesse a ficar mesmo boa a esconder o que sentia, fazia-o desde que começara a sentir a doença a apoderar-se do seu corpo.
- Não fazes ideia do quão feliz fico, por saber...-fez uma pausa, retomou a voz e recomeçou.- Bem, eu acho que sabes ao que me refiro.
E abandonou o quarto.
Kathy ficou horas a olhar para o monte de cartas, tinha medo do seu conteúdo, pensou em devolvê-las ao pai, mas depois ficaria sem saber o que a mãe lhe escrevera e além disso aquilo era das poucas coisas que lhe restavam da mãe.
Pouco lhe restavam as fotografias, pois nunca iria esquecer o seu rosto, mas e o resto? Por muito que as fotografias possam ter, não nos mostram como as pessoas são.
Respirou fundo, limpou o rosto que já estavam de novo banhado em lágrimas e desatou o laço que mantinha as cartas juntas.
Cada uma tinha uma respectiva data o que demoraria horas a orgazinar, mas valeria a pena.
Estava ciente disso.
Pegou na primeira, abriu-a e sentiu de novo o perfume. Começou a lê-la.

"Não sei o que idade terás quando leres as cartas que te escrevo, mas assusta-me a ideia de que me possas esquecer, talvez seja por isso que decorro à escrita. Não sei quanto tempo me restará mas eu quase que juro que todas as vezes que me abraças, que me pedes para te ler uma história, que brincas com o meu cabelo, que pedes ao teu pai para te ensinar a desenhar com ele, que me sinto melhor. Quase curada, ate...Mas a vida nunca é certa e por isso te escrevo. Porque aconteça o que acontecer, aqui ou lá, eu irei te proteger minha princesa. Nunca tenhas medo, nunca te abandonarei. Amo-te."

22 comentários:

  1. Que lindo! *.* Adoro a forma como escreves :) Faz-me lembrar Nicholas Spark a tua forma de escrever :D Obrigada pelo teu comentário :D Sim, confesso que é confusa que chegue mas julgo que a partir de agora será mais clara, digo eu. :) Já tens suposições para o que vai acontecer? ;) beijinho! ^^

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  2. obgda.
    adoreiii*
    as vezes nao conseguimos aguentar a pressao e para acabar com a dor toda temos que fazer oq ela fez...

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  3. Olá, não te menosprezes :) Eu, por norma, quando leio romances bem escritos tenho a tendência a dizer que me fazem lembrar Nicholas Spark até porque ele deve ter sido o único escritor puramente romântico que eu já li :) Já não és primeira que digo, mas também julgo que só o disse a duas pessoas: a ti e à Catarina :) Eu gosto de saber o que as pessoas estão a pensar o que sairá, desculpa o transtorno! heheh xD beijinho!

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  4. escreves mesmo bem *-*
    - não agradeças, amo-te <3

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  5. nao sei! estou uma pilha de nervos lara ;s ontem nao falamos o dia todo... e fez onntem uma semana que falamos todos os dias! aiiiii @
    mas a nossa ultima conversa acabou com: joana: dormir, amo-te. ele: Amo-te!
    PERFEITO, tens noção?

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  6. também eu! :s nao estou habituada a apaixonar-me tanto por uma pessoa, sabes?
    ly sempre *

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  7. Pois é querida :s
    Obrigada :D

    Adorei o post :D
    Mas que doença é que ela tem? É que ainda não disseste

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  8. muito obrigada mesmo, ainda bem que gostas-te :)

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  9. escrevo para leitores como tu que gostam e desfrutam da minha escrita, e receber elogios como esses tem uma grande importância !
    obrigada querida

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  10. nao sei, talvez :s amo-te! obg por tudo

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  11. preciso sim! tens demostrado ser uma grande amiga :s claro que eu já sabia mas agora... (tu percebes)
    amo-te, sabes disso.

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