21.1.11

Vida Nova (fim)

Quando voltei a acordar, encontrava-me novamente na minha cama, embora não me lembra-se de como ido para lá, de facto não me lembrava da noite anterior e para além disso tinha a cabeça a explodir. Fui ao quarto do Mike para ver se ele tinha algo para aquela dor insuportável, mas não estava lá, presumi logo que estivesse na cozinha.Acertara, claro.
- Estava a ver que ias passar o dia a dormir.-disse, não me olhando uma única vez e a sua voz estava estranha, tentei lembrar-me da noite anterior, era claro que algo que tinha passado.
- Porque dizes isso?- questionei.
Olhou para o relógio, demorei a perceber, já passava das três horas da tarde. Como? Eu só acordava tarde aos fins-de-semana e mesmo assim acordava mais cedo do que ele. Sentei-me perto dele e perguntei-lhe então que se tinha passado, explicou-me tudo até ao mais pequeno pormenor com uma expressão triste.
- ...E foi isso, Lizzie, eu entendo-te mas já não seria a primeira vez e depois se corresse mal? Vinhas como sempre chorar no meu ombro, o que me enerva pois não gosto de te ver a sofrer, sabes bem.
- Eu sei Mike, desculpa, mas foi uma conversa normal.- tentei explicar-lhe com um rosto sério, desejando que assim ele acreditasse em mim e aquele assunto morria ali. O meu desejo foi concretizado.
A escola começara e era tal e qual como pensava, um MÁXIMO!
Mike ficou na mesma turma que eu e ainda bem, pois não queria ser "a nova novidade" assim erámos "as novas novidades", não me ralava rigorosamente nada por partilhar a atenção com ele, por mim até podia ficar com ela toda. Os nossos restantes colegas eram simpáticos tal como os professores e nos meses seguintes, andámos quase sempre ou a ensaiar ou a estudar, era óbvio que preferia ensaiar do que estudar, mas tinha de ter boas notas a tudo, para conseguir arranjar o meu trabalho de sonho, afinal era uma das razões que me tinham levado até lá.
Ia quase todas as semanas à velha biblioteca e por vezes ficava lá durante horas a falar com James, o que de certa forma irritava Mike. Num sábado James convidara-me para passear, enquanto tomávamos café num café ao lado da sua biblioteca, aceitei sem hesitar.
- Vou-te buscar a casa às sete?- questionou, sorrindo com aquele sorriso angélico.
- Às sete é perfeito.- respondi, esperando não ter corado.
Deu-me um beijo na face e voltou para a sua biblioteca.
Fui de imediato para o carro, tinha duas horas para me tentar por bonita.
Quando cheguei a casa, Mike estava a ver o jogo de futebol, nunca percebera como é que os homens conseguem ver tanto futebol, fiz imenso barulho ao entrar mas mesmo assim não se apercebeu da minha presença o que era perfeitamente normal, pois tinha aquilo nas alturas. Não me dei ao trabalho de lhe falar, tinha demasiada pressa.
Depois do banho, estava a tentar escolher entre o meu vestido branco e as minhas calças de ganga preferidas com um top cor-de-rosa, lembrei-me de ir ver as horas, tinha apenas 30 minutos e ainda não tinha escolhido o que levar vestido. Fui até à sala, precisava de uma opinião.
- Qual deles?- perguntei, metendo-me à frente do televisor, começou a reclamar como é óbvio, mas como sabia que não saíria até me responder, deu-me o que eu queria.
- O vestido.- disse, sem grande interesse.
- Estás a dizer por dizer.
- Não anãzinha, estou a dizer a verdade, ficas linda nesse vestido, aliás ficas linda com tudo.- sorriu.
Dei-lhe um beijo na bochecha e fui para o meu quarto a correr. Acabara de me arranjar às sete horas em ponto.
Desci as escadas e abri a porta, era ele.
Corri para a sua beira e estendeu-me os braços para me abraçar, podia ficar assim durantes horas.
- Estás linda, como sempre.- sussurrou-me ao ouvido o que me fez estremecer e corar ao mesmo tempo, antes de lhe poder dizer algo largou-me suavemente e foi buscar algo ao seu carro.
- Fecha os olhos.- pediu.
Fiquei confusa mas fiz o que me pediu, sem lhe fazer quaisquer perguntas.
Conseguia ouvi-lo a vir até mim, o que me fez esquecer a confusão que sentira à uns minutos atrás. Pegou-me suavemente na mão. Queria abrir os olhos, queria vê-lo.
- Já podes abrir.
Tinha na mão um ramo de rosas, as minhas preferidas, não conseguia acreditar que se tinha lembrado.
- Obrigada, não era preciso.- aproximei-me dele e ele envolveu-me nos seus braços, colocando suavemente a sua mão no meu rosto, fazendo-me olhar para ele, era realmente belo.
Naquele momento não consegui pensar em mais nada, não tinha mais dúvidas do porquê do conforto que ele me transmitia, descobrira naquele exacto momento como se fosse mais claro do que a água.
Eu tinha-me apaixonado por ele.

1 comentário:

  1. Adorei! Ou melhor, amei! Espero que continues a escrever mais! beijinho grande! :*

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